Núcleo de Balística Forense já realizou mais de 1,6 mil inserções no Banco Nacional e consolida atuação como referência no país
A Polícia Científica de Mato Grosso do Sul confirmou, em dois anos de atuação no Sistema Nacional de Análise Balística (SINAB), 102 coincidências balísticas (hits). O resultado é fruto de 1.691 inserções realizadas pelo Núcleo de Balística Forense no Banco Nacional de Perfis Balísticos (BNPB), sistema que reúne vestígios de todas as centrais do país e permite identificar compatibilidades entre projéteis e estojos.
Cada hit representa uma compatibilidade técnica entre vestígios analisados, que pode indicar o uso de uma mesma arma em diferentes ocorrências. Esses resultados não equivalem diretamente ao número de crimes, mas funcionam como ponto de partida para integrar investigações e fortalecer a atuação da Justiça.
MS entre os mais produtivos do país
Com cerca de 6% de aproveitamento das inserções, índice esperado para estados que ingressaram em 2023, Mato Grosso do Sul já ocupa a 16ª posição no ranking nacional de hits confirmados. O Estado aparece à frente de mais da metade das 40 centrais ativas no Brasil, demonstrando rápida curva de crescimento.
Entre os casos elucidados em Campo Grande, estojos coletados em diferentes bairros foram relacionados à mesma arma, ligando uma tentativa de homicídio a um homicídio consumado. Outro marco foi o primeiro hit interestadual, registrado em 2024, que comprovou o uso de arma apreendida no interior MS com um crime cometidos em Mato Grosso.
“Esses vestígios falam conosco. Quando conseguimos confirmar um hit, estamos dando voz a provas que unem investigações, revelam conexões ocultas e oferecem respostas que muitas vezes mudam o rumo de um processo investigativo. É um trabalho de inteligência, aplicamos a ciência e a tecnologia em prol da Justiça”, destacou a chefe do Núcleo de Balística Forense, perita criminal Karina Rébulla Laitart.
Investimento e tecnologia
O relatório aponta que 68% das inserções correspondem a padrões de armas de fogo e 27% a vestígios coletados em locais de crime. Entre os calibres mais frequentes estão o 9mm Luger (45,3%), o .38 Special (26%) e o .380 Auto (9%).
Os resultados refletem ainda os R$ 5,9 milhões investidos, nos últimos dois anos. Os recursos garantiram a aquisição de equipamentos de ponta, como a câmara de recuperação de projéteis e o microscópio de comparação VisionX, um dos mais modernos do mundo.
Um futuro conectado
A adesão ao SINAB fortalece a atuação da Polícia Científica, especialmente por Mato Grosso do Sul ser um estado de fronteira, frequentemente impactado por crimes transnacionais. A expectativa é que o número de hits confirmados cresça rapidamente com a ampliação do banco de dados e a capacitação dos peritos criminais.
A iniciativa integra o compromisso institucional da PCiMS em investir em tecnologia, qualificação e integração nacional. O objetivo é fortalecer a rede de segurança pública e garantir respostas mais rápidas e eficazes à população.
Maria Ester Rossoni, Comunicação PCiMS