A Polícia Científica de Mato Grosso do Sul participou, no último dia 27 de junho, do 1º Curso de Fundamentos de Antropologia Forense, promovido pela ESPC (Escola Superior da Polícia Civil do Distrito Federal), em Brasília. O perito médico-legista Guido Vieira Gomes, chefe do NRML (Núcleo Regional de Medicina Legal de Dourados), representou a instituição durante a capacitação.
Com abordagem teórica e prática, o curso foi conduzido pelos peritos médicos-legistas Cristofer Diego Beraldi Martins, Alexandre Gonçalves Barbosa de Castro e Samuel Teixeira Gomes Ferreira. O conteúdo foi voltado ao aperfeiçoamento técnico na atuação com cadáveres em avançado estado de decomposição, carbonização ou esqueletização, situações que exigem conhecimentos especializados em antropologia forense.
Durante a capacitação, o perito médico-legista Guido Vieira Gomes destacou a complexidade de determinados casos enfrentados na rotina da medicina legal.
“Um dos grandes desafios da perícia médico-legal é quando recebemos cadáveres extremamente deteriorados e precisamos dar basicamente três respostas ao sistema judiciário e à sociedade: quem é aquela pessoa, há quanto tempo ela morreu e qual foi a causa da morte”, explicou.
Na avaliação do perito, é justamente nesses cenários que a atualização constante se torna indispensável.
“Nesse momento utilizamos várias técnicas e métodos da antropologia forense, ciência que se encontra em constante evolução. Por isso, como perito, tenho a obrigação de sempre procurar me atualizar em centros de referência”, completou.
A etapa final do curso foi realizada no IML (Instituto de Medicina Legal) do Distrito Federal, com uma atividade prática: os participantes montaram um esqueleto humano e analisaram indícios para identificar possíveis causas da morte.
Ao todo, 34 profissionais participaram do curso, representando diversas forças de segurança e instituições públicas, inclusive de outros estados, como a Polícia Federal, a UnB (Universidade de Brasília), o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e a ABO (Associação Brasileira de Odontologia).
Capacitações como essa fortalecem a atuação da Polícia Científica de Mato Grosso do Sul, que tem na ciência forense uma aliada essencial para transformar evidências em respostas e garantir justiça à sociedade.
Maria Ester Jardim Rossoni, Comunicação Polícia Científica