A Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), auxiliou 2.802 investigações criminais no Brasil. É o que aponta o relatório semestral da RIBPG, publicado na terça-feira (22). O resultado representa um crescimento de 41%, no comparativo com o último relatório, divulgado em dezembro de 2020.
Além disso, a Rede registrou, em seis meses, 3.666 coincidências confirmadas, sendo 2.845 entre vestígios e 821 entre vestígio e indivíduo cadastrado criminalmente. A taxa de coincidência para os casos criminais também cresceu. O aumento foi de 20% quando comparado ao último documento publicado.
De acordo com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, os números revelam não apenas o compromisso do Ministério no fortalecimento da Rede, mas também o comprometimento dos estados com a coleta e alimentação do Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG).
“Esse aumento é o reflexo do investimento que o governo federal tem feito na área de tecnologia, voltada para auxiliar na elucidação de crimes. Nosso objetivo é contribuir sempre para dar celeridade na resolução das ocorrências, auxiliar as investigações e reforçar a proteção da sociedade brasileira”, destacou o ministro.
O documento traz informações das ações da Rede em andamento. Além disso, o relatório destaca o número de 110.579 perfis genéticos cadastrados, um aumento de mais de 20% em relação à última publicação. O crescimento na inserção de perfis nos bancos da RIBPG, especialmente de indivíduos cadastrados criminalmente, trouxe impactos positivos no número de coincidências registradas, cujo aumento foi da ordem de 37% no último semestre.
Proporções de perfis
O relatório apresenta, ainda, que atualmente há no BNPG uma maior proporção de perfis genéticos de condenados (75,46%), seguido de vestígios (16,42%), restos mortais não identificados (3,69%) e familiares de pessoas desaparecidas (2,79%).
Os dados atuais demonstram um incremento de mais de 29% na quantidade de perfis relacionados a pessoas desaparecidas, quando comparado ao último período analisado. Tal crescimento foi principalmente impulsionado pelo aumento de 35% na quantidade de perfis da categoria “restos mortais não identificados”, inseridos no Banco Nacional de Perfis Genéticos no último semestre.
“Com a campanha de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, lançada no mês passado pelo MJSP, espera-se aumentar a inserção de perfis genéticos relacionados para esta finalidade, promovendo os bancos de perfis genéticos da RIBPG também como ferramentas eficazes na busca de desaparecidos no Brasil”, afirmou o coordenador do Comitê Gestor da RIBPG, Ronaldo Carneiro.
Rede Integrada
Uma das prioridades do Ministério da Justiça e Segurança Pública é o fortalecimento da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, constituída com o propósito de auxiliar na apuração de crimes, instrução processual e identificação de pessoas desaparecidas por meio do compartilhamento e comparação de perfis genéticos.
A produtividade dos laboratórios da RIBPG também foi impulsionada por meio da aquisição e doação de plataformas automatizadas de processamento de amostras, associadas ao estabelecimento de metas de redução de pendências. Os laboratórios que se comprometeram com o processamento de 2 mil vestígios sexuais, ou mais, foram contemplados com modernas plataformas de grande porte. E este aumento na capacidade de processamento se reflete nos resultados obtidos, incluindo a identificação de diversos criminosos.
No ano de 2019, o MJSP, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, investiu mais de R$ 35 milhões na Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos. Já em 2020, houve incremento de R$ 45 milhões quando foram investidos mais de R$ 80 milhões na criação, modernização e automação dos laboratórios que integram a Rede.
Formação
A RIBPG é formada, atualmente, por 22 laboratórios de genética forense vinculados a unidades de perícia estaduais, distrital e federal. O estado com maior contribuição absoluta de perfis genéticos no BNPG é São Paulo (18.546), seguido por Pernambuco (14.382), Minas Gerais (9.369) e Goiás (9.202).
Para conhecer o XIV Relatório da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, clique aqui.
FONTE: SITE DO MJSP